segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Convulsão

    
     Convulsão é um distúrbio que se caracteriza pela contratura muscular involuntária de todo o corpo ou de parte dele.
     Popularmente conhecida como ataque, é mais comuns em pessoas que sofrem de epilepsia; porém, pode ocorrer em pessoas que não sofram da síndrome. 
     A convulsão é um fenômeno neurológico atípico e temporário, quando o cérebro gera alterações, liberando uma descarga bioenergética, que resulta em movimentos involuntários e descoordenados dos músculos,  além de alterações físicas como desvio dos olhos, tremor, boca espumando, etc.



Conduta


     A vítima que sofre com um ataque convulsivo, normalmente tende a se debater no chão, apresentar uma perda de consciência, “espumar pela boca”, contrair o maxilar, podendo morder a língua e os lábios e até mesmo liberar urina e fezes, devido à involuntariedade de seus movimentos. A seguir, elencamos alguns procedimentos que devem ser tomados em um casos de convulsão: 

- Enquanto a pessoa estiver tendo a crise convulsiva, devem-se afastar objetos com os quais a vítima possa se chocar e se machucar. Procure amortecer sua cabeça, segurando-a e colocando cascos ou almofadas para que não ocorram traumas;
- Não colocar os dedos ou a mão a boca da vítima, nem tentar conter seus movimentos, a não ser para amortecê-los;
- Marcar o tempo que dura a convulsão;
- Quando notar que cessaram os movimentos bruscos e involuntários, deve-se colocar a pessoa em PLS (Posição Lateral de Segurança);
- Procurar uma unidade de saúde próxima, sempre que o ataque durar mais de 10 minutos, ou se essa tiver sido a primeira convulsão, ou ainda se o ataque se repetir em pouco tempo depois.

Acidentes com Animais

    Podem-se observar entre os muitos casos que necessitam de primeiros socorros, alguns tipos de ocorrências que envolvem animais e insetos, quando as pessoas são mordidas por cães ou outros bichos, arranhadas, ou mesmo picadas por insetos, cobras etc. 

     Mordeduras: os tipos de ataques mais comuns em seres humanos resultantes em mordidas são os de cães e gatos e outros animais domésticos , não sendo excluídos os fatos de mordidas de animais selvagens como cobras e roedores, que normalmente são mais graves devido ao maior risco de infecção e à peçonha de animais como algumas cobras. Os problemas acarretados em ataques de mordedura de animais podem incluir, dentre outras coisas: 

Raiva, que é uma infecção causada por vírus e ataca  o sistema nervoso;
Intoxicação por veneno, que pode ser causada no ataque de cobras ou outros animais peçonhentos;
Hemorragias;
Infecções por bactérias;
Reações alérgicas;
Tétano, que é causada em decorrência da liberação de uma toxina no organismo.


Condutas


Em casos de mordida de cães e gatos 

- Desinfetar a região da mordedura;
- Certificar-se de que o cão é vacinado;
- Se houver inchaço aplique uma bolsa de gelo
- Levar a vítima para uma unidade de saúde, para que sejam feitos os procedimentos como possíveis suturas, vacinas, etc.

Em casos de mordida de ratos

- Lavar o ferimento com água corrente e sabão neutro por pelo menos cinco minutos;
- Desinfetar com álcool ou água oxigenada o local da mordedura;
- Se houver inchaço, aplicar gelo;
- Cobrir com uma compressa esterilizada o ferimento;
- Encaminhar o mais rápido possível a vítima a uma unidade de saúde, visto o grande risco infeccioso de uma mordedura causada por ratos.

Em casos de mordidas de cobras

- Deve-se, em primeiro lugar, providenciar um atendimento médico o quanto antes, conduzindo a vítima a uma unidade de saúde ou chamar o socorro previamente, informando, se possível, o tipo de cobra que atacou a vítima, caso saibam desta informação, ou, ainda, se houver a possibilidade, levar o animal morto, desde que isso não acarrete em outros riscos. A agilidade, nesses casos, é vital, pois a mordida de uma cobra peçonhenta pode matar em poucas horas; 
- Após providenciar o socorro, acalme a vítima e coloque-a numa posição onde o local da mordida esteja abaixo do nível do coração, evitando que o veneno se espalhe com mais rapidez ;
- É necessário monitorar os sinais vitais da vítima, tais como pulsação, respiração, febre e, se houver sinais de estado de choque, tome os procedimentos necessários, tais como manter a vítima aquecida e com os pés levantados cerca de 30 cm. do chão.  
- Se possível, ligar antes para a unidade de saúde para onde se está levando a vítima, para que o soro antiofídico seja preparado com antecedência, uma vez que se deve ter o máximo de agilidade visando preservar a vida do indivíduo e evitando sequelas permanentes.
- Não permita que a vítima faça esforços físicos e, sendo possível, carregue-a até um local mais seguro. Não administre nada via oral sem recomendações médicas, não aplique torniquetes e nem tente sugar o veneno.

Picadas de insetos e animais peçonhentos  

     Observa-se, em diversos exemplos, a ocorrência de picadas de insetos e outros animais como águas vivas e ouriços (em regiões de praia), principalmente em crianças que, devido a uma curiosidade maior, acabam tendo mais contato com este tipo de ocorrência.
      Os ataques de insetos costumam ser de proporções mais graves quando em pessoas que são alérgicas; porém, há também casos de insetos peçonhentos como lacraias e escorpiões, por exemplo, que causam sérios danos ao organismo, caso não seja adotado um tratamento e um socorro adequado.

O que fazer nos casos de picadas de insetos

- Desinfetar o local da picada com álcool ou outro tipo de antisséptico o local da picada;
- Não tentar retirar o ferrão, espremendo ou com pinças, por exemplo; recomenda-se que se raspe levemente e cuidadosamente o local com uma lâmina;
- Atentar para casos de pessoas alérgicas, que demandam agilidade no atendimento médico;
- Devido ao inchaço que esses tipos de picadas geram, pode-se também aplicar gelo no local.

Em caso de picadas de ouriços, águas vivas, peixes venenosos etc.

- Ministrar álcool e gelo no local e procurar assistência médica.

sábado, 29 de dezembro de 2012

Parada Respiratória, Parada Cardíaca e Ataque Cardíaco

PARADA RESPIRATÓRIA

   O quadro de parada respiratória exige da parte do socorrista uma agilidade e uma percepção apurada, pois deve ser realizado o procedimento para a recuperação o mais rápido e precisa possível. 

   Os primeiros sinais identificáveis do indivíduo com parada respiratória são a ausência de movimentos torácicos, roxidão dos lábios e extremidades do corpo, além da ausência de sons da respiração quando se aproxima o ouvido ao nariz e à boca da vítima.


Conduta


* Colocar a pessoa deitada sobre uma superfície firme com as roupas afrouxadas, e com o queixo inclinado, aplicar a técnica de respiração artificial. 
* Deve-se manter o procedimento até que a vítima recobre por si própria a respiração. É importante mantê-las a pessoa aquecida e livre de objetos ou resíduos que obstruam as vias aéreas.
* Nunca dê nada para a pessoa comer ou beber assim que esta recuperar os sentidos e a respiração, pois em casos de hemorragia interna, que é quase assintomática, o quadro pode ser agravado. Espere a chegada de uma equipe médica especializada.



PARADA CARDÍACA

     É a ausência de batimentos do coração, quando, por alguma razão o músculo cardíaco deixa de receber oxigênio em quantidade suficiente para conseguir bombear o sangue e, assim, para a sua função.
     Geralmente, é causada por choques elétricos, afogamentos, reações alérgicas graves, pancadas muitos fortes, sufocamento, etc. É necessário atentar para sinais como: ausência de pulso, palidez acentuada e inconsciência.

Conduta


No caso de uma parada cardíaca ou cardiorrespiratória, por serem de extrema gravidade, não é possível esperar a chegada de um médico para se iniciar o procedimento de primeiros socorros. 
Deve ser aplicada a técnica de reanimação, que alia a massagem cardíaca e a respiração artificial, até que se note a recuperação da pessoa, ou até que chegue um atendimento médico especializado.

Vale relembrar o cuidado que se deve ter com a técnica de massagem cardíaca em jovens e crianças, diminuindo-se a intensidade da pressão exercida para apenas uma das mãos com jovens e com um ou dois dedos para crianças e bebês.



ATAQUE CARDÍACO

    Diferentemente da parada cardíaca ou cardiorrespiratória, um ataque cardíaco (ou apoplexia) não compromete totalmente a atividade do músculo cardíaco. Este por sua vez tem um déficit considerável em suas funções, que  pode ser causado por um problema crônico da vítima ou em decorrência de fortes emoções, stress acumulado maus hábitos alimentares, tabagismo entre outros fatores.

    Os sintomas observados em uma pessoa que sofre um ataque cardíaco são: suor excessivo; palidez, náuseas, dor aguda e formigamento no peito e nos braços (especialmente no esquerdo).

Como Evitar


    Ataques do miocárdio geralmente são causados por fatores anteriores ao ataque em si. Diante disso é necessária a adoção de hábitos de vida saudáveis, atentando para uma alimentação saudável, evitando excessos de gorduras e sal, praticando atividades físicas regulares, abolir o tabagismo caso fume,  evitar o cigarro, procurando manter afastados problemas e fatores determinantes para o estresse, etc.

Conduta


* Mantenha a pessoa deitada ou sentada de maneira confortável, com as roupas afrouxadas, cubra-a se esta alegar frio, e não tente realizar nenhum tipo de  procedimento além desses, até que chegue um auxílio médico especializado, pois os casos de ataque cardíaco necessitam de exames minuciosos posteriores, para se avaliar a condição e um tratamento adequado que o indivíduo realizará.

Envenenamento e Intoxicação

    São reações causadas no organismo por ingestão ou contato com substâncias prejudiciais que, dependendo da quantidade e da forma como foram introduzidas no organismo, podem trazer consequências temporárias ou permanentes. Em geral, as intoxicações e envenenamentos são  causados por acidentes domésticos ou de trabalho, ingestão excessiva de álcool ou alimentos fora de condições de consumo, ou mesmo tentativas de suicídios.  Classificar os sintomas de alguém que sofre intoxicação e envenenamento é um tanto complexo, uma vez que varia de acordo com o tipo de substância com a qual a vítima teve contato; entretanto, há alguns tipos de sintomas notáveis na maioria dos casos, que são:

- Náuseas e/ou vômitos;
- Palidez;
- Semiconsciência, ou inconsciência;
- Suor excessivo e frio;
- Estado de choque.


Classificação das Intoxicações


    Podem ser subdivididas de acordo com o tempo de ocorrência:

- Agudas (até 24 horas do acidente);
- Sub-agudas (os primeiros dias após o acidente);
- Sub - crônicas (até um mês do acidente);
- Crônicas (acumulação do composto no corpo - metais).


Condutas


Intoxicação por alimentos


    Normalmente, a pessoa intoxicada apresenta suor excessivo, dores abdominais agudas, vômito e náuseas, desmaios e possíveis delírios. Deve-se proceder da seguinte forma:

* Chamar previamente o socorro especializado; 
* Verificar os sinais vitais;
* Manter a vítima aquecida e de maneira confortável;
* Procurar saber o máximo de informações possíveis sobre a origem da intoxicação, como por exemplo, que tipo de alimento a pessoa ingeriu;
* Deve ser um tratamento realizado por profissionais, sendo indispensável a locomoção a uma unidade de saúde.

Intoxicação / Envenenamento por produtos Tóxicos ou Remédios


  Em geral, são causados por ingestão compulsória de remédios, ingestão acidental ou proposital de substâncias nocivas ao organismo. 
   Alguns dos sintomas podem apresentar queimaduras em volta da boca, vômitos, respiração dificultosa e limitada, unhas e lábios arroxeados, etc.

* Por ser uma situação em que o tempo  é totalmente determinante, deve-se realizar o transporte imediato da vítima ao hospital mais próximo. Jamais induza o vômito, pois, em alguns casos, pode espalhar a substância tóxica pelas paredes do sistema digestório, agravando o quadro; 
Se possível, levar a embalagem do remédio ou produto com o qual a vítima teve a intoxicação.

Intoxicação por Substâncias e/ou Venenos Inalados

* Remova a vítima do local para um ponto ao ar livre;
* Em caso de perda da consciência, iniciar o procedimento de reanimação, descrito anteriormente no site;
* Acionar o mais rápido possível o socorro especializado.  

Desmaio e Estado de Choque

Desmaio

     Desmaios são quedas causadas por um estado de semiconsciência ou inconsciência  repentinas, quando o cérebro deixa de receber a quantidade necessária de oxigênio ou açúcar para manter suas funções plenamente ativas. O desmaio pode ser ocasionado por diversas razões  como calor, longos períodos sem ingerir alimentos, cansaço, emoções muito fortes, etc.
     Identifica-se a pessoa com palidez, pulsação baixa, suor frio, fraqueza, entre outros; assemelha-se em sintomas com o estado de choque.

Conduta


* Se a pessoa estiver prestes a desmaiar; sentá-la com a cabeça entre os joelhos e as penar formando um ângulo, ou deitá-la com as pernas levantadas;
* Molhar a testa da pessoa com água fria;
* Afrouxar as roupas da vítima;

* Se a pessoa já se encontrar desmaiada, deve-se deitá-la na PLS (Posição Lateral de Segurança), de preferência com a cabeça ligeiramente mais baixa que as pernas;
* Afrouxar as roupas da vítima e mantê-la de forma confortável e aquecida;
* Assim que a vítima recobrar seus sentidos, recomenda-se que se dê algo açucarado para tomar, de modo a recuperar os níveis de açucares perdidos os quais podem ter sido a causa do desmaio (vale lembrar que o consumo excessivo de açúcar em situações extraordinárias como a de um desmaio, não acarreta em prejuízo para o organismo);
* Caso a pessoa não recupere os sentidos, deve-se administrar uma espécie de pasta feita com água e açúcar, com pouca água e mais açúcar. Esta “pasta” deve ser colocada debaixo da língua da pessoa mesmo inconsciente, e aguardar o socorro médico;
 * Não se deve administrar nada para tomar à vitima que ainda estiver inconsciente, pois ela pode se afogar ou engasgar com os líquidos, devido ao estado de inconsciência.


Estado de Choque

É um estado de “semiconsciência” em que a pessoa apresenta palidez de face; visão turva ou escurecida; suor frio; vertigem; pulso rápido, porém fraco; calafrios; náuseas ou vômitos; respiração curta e superficial; e é causado geralmente como consequência de outros acontecimentos como uma queda, a perda de sangue elevada, envenenamento ou intoxicação por produtos químicos, etc.

Conduta


Mantenha a vítima deitada, aquecida e confortável, controle qualquer tipo de hemorragia eventual e, se houver vômito, vire-a com a cabeça para o lado a fim de não haver sufocamento. Eleve as pernas da vítima (se não forem identificadas fraturas) a fim de conferir um retorno venoso, mantendo também se possível, a cabeça mais baixa que o tronco;
Na ausência de pulsação aplicar a técnica de respiração artificial aliada à massagem cardíaca;           
 Se a vítima estiver consciente, recomenda-se a ingestão de  açúcar, ou água com açúcar, para recuperar o glicogênio do organismo, pois sua falta, na maioria dos casos, é uma das principais razões do estado de choque.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Afogamento

          Afogamento é a asfixia gerada por aspiração de líquido de qualquer natureza que venha a inundar o aparelho respiratório. Haverá suspensão da troca ideal de oxigênio e gás carbônico pelo organismo.

Sinais e Sintomas


     Em um quadro geral pode haver hipotermia (baixa temperatura corporal), náuseas, vômito, distensão abdominal, tremores , cefaleia (dor de cabeça), mal estar, cansaço, dores musculares. Em casos especiais pode haver apneia (parada respiratória), ou ainda, uma parada cardio-respiratória.

Prevenção


Para bebês - Estes nunca devem ser deixados sozinhos no banho ou próximo a qualquer superfície líquida.

Para crianças - Além dos cuidados anteriores deve-se estimulá-las a assumir responsabilidade por sua própria segurança. Elas devem aprender a nadar e a boiar e devem compreender que não devem entrar em águas perigosas. Saltos de trampolim são extremamente perigosos.
Qualquer nadador deve estar apto a nadar diagonalmente a uma corrente que o pegou e não contra a mesma , se não conseguir escapar deve chamar por socorro.

Para adultos - Estes devem ter noções sobre as suas limitações principalmente quando suas funções normais estiverem comprometidas devido ao manuseio de drogas, sejam elas medicamentos ou bebidas. Evitar nadar sozinho em áreas não supervisionadas ou em áreas onde as condições do meio líquido sejam desconhecidas. 

Conduta


Objetivo

     Promover menor número de complicações provendo-se o cérebro e o coração de oxigênio até que a vítima tenha condições para fazê-lo sem ajuda externa, ou até esta ser entregue a serviço médico especializado.

Meios

     Suporte Básico de Vida (SBV) afim de habilitar a vítima aos procedimentos posteriores do Suporte Cardíaco Avançado de Vida (SCAV). O SBV consiste apenas em medidas não invasivas.

O socorrista

     Deve promover o resgate imediato e apropriado, nunca gerando situação em que ambos (vítima e socorrista ) possam se afogar, sabendo que a prioridade no resgate não é retirar a pessoa da água, mas fornecer-lhe um meio de apoio que poderá ser qualquer material que flutue, ou ainda, o seu transporte até um local em que esta possa ficar em pé. O socorrista deve saber reconhecer uma apneia  uma parada cardio respiratória (PCR) e saber prestar reanimação cardio-pulmonar (RCP).

O resgate

     O resgate deve ser feito por fases consecutivas : Compreendendo a Fase de observação, de entrada na água , de abordagem da vítima, de reboque da vítima, e o atendimento da mesma.

Fase de observação

    Implica na observação do acidente, o socorrista deve verificar a profundidade do local, o número de vítimas envolvidas, o material disponível para o resgate.
    O socorrista deve tentar o socorro sem a sua entrada na água, estendendo qualquer material a sua disposição que tenha a propriedade de boiar na água, não se deve atirar nada que possa vir a ferir a vítima.
    Em casos de dispor de um barco para o resgate, sendo este com estabilidade duvidosa a vítima não deve ser colocada dentro do mesmo, pois estará muito agitada.

Fase de entrada na água

    O socorrista deve certificar-se que a vítima está visualizando-o. Ao ocorrer em uma piscina a entrada deve ser diagonal à vítima e deve ser feita da parte rasa para a parte funda. Sendo no mar ou rio a entrada deve ser diagonal à vítima e também diagonal à corrente ou à correnteza respectivamente.

Fase de Abordagem

    Esta fase ocorre em duas etapas distintas:

Abordagem verbal: Ocorre a uma distância média de 03 metros da vítima. O socorrista vai identificar-se e tentar acalmar a vítima. Caso consiga, dar-lhe-á instruções para que se posicione de costas habilitando uma aproximação sem riscos.

Abordagem física: O socorrista deve fornecer algo em que a vítima possa se apoiar, só então o socorrista se aproximará fisicamente e segurará a vítima fazendo do seguinte modo: O braço de dominância do socorrista deve ficar livre para ajudar no nado , já o outro braço será utilizado para segurar a vítima , sendo passado abaixo da axila da vítima e apoiando o peito da mesma, essa mão será usada para segurar o queixo do afogado de forma que este fique fora da água.

Fase de reboque

    O nado utilizado será o "Over arms" também conhecido como nado militar , ou nado de sapo. Quando em piscinas e lagos o objetivo sempre será conduzir a vítima para a porção mais rasa . No mar, será admitido o transporte até a praia, quando a vítima estiver consciente e quando o mar oferecer condições para tanto; será admitido o transporte para o alto mar (local profundo e de extrema calmaria), quando a vítima apresentar-se inconsciente e o mar estiver extremamente revolto (essa atitude dará condições ao socorrista de repensar o salvamento). Caso exista surfistas na área o socorrista, deve-se pedir ajuda .
     Quando o socorrista puder caminhar, deve fazê-lo, pois é mais seguro do que nadar. Deverá carregar a vítima de forma que o peito desta fique mais elevado do que a cabeça, diminuindo o perigo da ocorrência de vômito.

Fase de atendimento

O atendimento

     Em Primeiros Socorros as alterações eletrolíticas e hídricas decorrentes de diferentes tipos de líquidos(água doce ou salgada) em que ocorreu o acidente não são relevantes, não havendo tratamentos diferentes ou especiais. Os procedimentos em Primeiros Socorros devem adequar-se ao estado particular de cada vítima, no que se refere às complicações existentes.
     Vale frisar que o líquido que costuma ser expelido após a retirada da água provêm do estômago e não dos pulmões por isso, sua saída deve ser natural , não se deve forçar provocando vômito, pois pode gerar novas complicações.
Caso o acidente não tenha sido visto pelo socorrista, ele deve considerar que a vítima possui Traumatismo Raquimedular(TRM) e deverá tomar todos os cuidados pertinentes a este tipo de patologia.

     Deve-se sempre:

1. Acalmar a vítima, fazê-la repousar e aquecê-la através da substituição das roupas molhadas e fornecimento de roupas secas, casacos, cobertores e bebidas quentes
2. Manter a vítima deitada em decúbito dorsal procedendo com a lateralização da cabeça ou até da própria vítima afim de que não ocorra aspiração de líquidos.
3. Caso o afogado inconsciente seja deixado sozinho, ele deve ser colocado na posição de recuperação que mantêm o corpo apoiado em posição segura e confortável, além de impedir que a língua bloqueie a garganta e facilitar a saída de líquidos.

Outros procedimentos em casos particulares seriam:

1. Fazer a desobstrução das vias aéreas através da extensão do pescoço , da retirada do corpo estranho e da tração mandibular atentando sempre para a possibilidade de trauma cervical.

2. Em vítimas com parada respiratória, proceder com a respiração boca-a-boca objetivando manter a oxigenação cerebral.
3. Em vítimas com PCR, efetuar a RCP em casos que o tempo de submersão seja desconhecido ou inferior a uma hora.


Importante


"NUNCA SE DEVE FINGIR ESTAR PRECISANDO DE SOCORRO."

"NÃO É PERMITIDO AO SOCORRISTA NENHUMA MEDIDA INVASIVA."

"O SOCORRISTA NÃO PODE PERMITIR QUE A VÍTIMA O AGARRE."  

Hemorragia

     hemorragia pode se caracterizar pela perda de sangue devido ao rompimento dos vasos sanguíneos. A gravidade de uma hemorragia é medida pela quantidade e rapidez que o sangue é perdido. A hemorragia pode causar sérios problemas quando em grande escala e alguns cuidados devem ser tomados para que a pessoa não sofra consequências graves podendo chegar a um choque hipovolêmico e até em uma possível falência dos órgãos.
     Uma hemorragia com muita perda de sangue não devidamente tratada pode levar a vítima a um estado de choque e, posteriormente, a óbito. Já em casos de hemorragias de menor proporção, pode trazer um quadro de anemia (falta de nutrientes, e baixa quantidade de glóbulos vermelhos no sangue).


Tipos de Hemorragia


Hemorragia externa:  É o tipo de sangramento exterior ao corpo, ou seja, que é  facilmente visível. Pode ocorrer em camadas superficiais da pele por corte ou perfurações, ou mesmo atingindo áreas mais profundas através de aberturas ou orifícios gerados por traumas. Pode ser contida, utilizando-se de técnicas de primeiros socorros.

Hemorragia interna:  hemorragia interna se dá nas camadas mais profundas do organismo com músculos, ou mesmo órgão internos. Ela pode ser oculta ou exteriorizar-se através de algum hematoma (mancha arroxeada) na região da hemorragia. A hemorragia interna costuma ser mais grave pelo fato de na maioria dos casos ser “invisível”, o que dificulta sabermos a dimensão e a extensão das lesões. 

     As hemorragias ainda têm um outro tipo de classificação que se dá quanto ao tipo de vaso sanguíneo rompido. Podem ser:


Hemorragia arterial:  Quando uma artéria é rompida ou cortada e o sangramento ocorre em jatos intermitentes, na mesma pulsação das palpitações cardíacas. O sangue nesse tipo de hemorragia, apresenta uma coloração vermelha clara e brilhante. Costuma ser mais grave por ter uma perda mais rápida de sangue.

Hemorragia venosa:  É o sangramento que se dá em decorrência do rompimento ou corte de uma veia, e  tem uma coloração vermelha escura, típica de um sangue rico em gás carbônico, tem um fluxo contínuo e mais lento que o da hemorragia arterial.

Hemorragia capilar:  É um sangramento lento e com menos volume de sangue, que ocorre nos vasos capilares (encontrados na extremidade interna da pele), e é observado em arranhões e pequenos cortes superficiais.  


Sintomas


      Abaixo, um comparativo da quantidade de sangue perdida em uma hemorragia e as consequências e/ou sinais observados em cada estágio.
  • Quando se perde de 15 a 30% do sangue no organismo: 
- Um estado de ansiedade;
- Observa-se o pulso fraco;
- Sede excessiva;-Suor excessivo;
- Taquicardia (batimentos muito acelerados do coração);
- Respiração rápida.
  • Quando se perde de 30 a 50% do sangue no organismo:
- Taquicardia;
- Semiconsciência;
- Estado de choque.
  • Quando se perde mais de 50% do sangue do organismo:
- Dificilmente a pessoa que perde essa quantidade de sangue sobrevive sem uma imediata intervenção laboratorial (transfusão de sangue) realizada por um médico profissional.


Conduta


É necessário manter e transmitir a calma diante da situação, passando à vítima confiança;
Deite a pessoa em posição horizontal, pois facilita a circulação sanguínea entre o coração e o cérebro;
Aplique sobre o corte, perfuração ou ferimento uma compressa com gaze, ou um pano limpo (se possível antes, use luvas descartáveis, a fim de evitar possíveis contaminações), fazendo uma pressão firme  sobre o local com uma ou com as duas mãos, ou mesmo com um dedo, ou ainda uma ligadura, dependendo do tamanho e do local do ferimento;           
Se o pano ou gaze ficar encharcado com sangue, este não deve ser trocado, mas mantido no lugar e colocado outro por cima, a fim de não interromper o processo de coagulação do sangue que está sendo contido;
Continuar a compressão até que a hemorragia estanque  (no mínimo 10 min.);
Em seguida, faça uma ligadura compressiva (que é um curativo bem preso e com certa pressão sobre a região afetada) no local da hemorragia.
Durante todo esse  processo, deve-se manter a vítima calma e acordada, não dar nada para comer ou para beber e mantê-la aquecida;
No caso de hemorragias nos membros com muita abundância de sangue, as  quais não se pôde conter após ter aplicado as técnicas acima mencionadas, pode ser que seja necessário o uso de um torniquete, que consiste em colocar um pano ou um esfigmomanômetro (pop. “liga de soro”)  logo acima do ferimento, de maneira a interromper quase que integralmente a circulação sanguínea naquele local para estancar a hemorragia. Visto que é uma técnica muito arriscada, o torniquete é recomendável somente em última hipótese. Nos casos de hemorragias muito constantes deve-se transportar a vítima imediatamente  a uma unidade de saúde mais próxima.

Em hemorragias nasais (sangramentos no nariz), deve-se elevar a cabeça da vítima com o tronco inclinado para frente, para que ela não acabe engolindo sangue;          
Comprimir a(s) narina(s) que sangra(m) com os dedos;
* Aplicar gelo ou compressas frias;   
* Não assoar;  
Caso o sangramento não cesse, deve-se colocar um tampão, de algodão ou gase, de maneira a preencher bem a cavidade nasal.