A Ginástica Rítmica Desportiva – ou GRD – é um esporte
que encanta a quem assiste. Muito conhecida pelas apresentações com fita,
poucas pessoas sabem o nome desse esporte ou que ele é praticado com outros
instrumentos além da fita. A proposta desse texto é esclarecer as
características gerais da GRD para o leitor.
A
história da Ginástica Rítmica remete a uma mistura entre a ginástica
tradicional (artística) e a dança. Essa ginástica muito deve ao coreógrafo
moderno Émile Jacques Dalcroze, seu aluno Rudolf Bode e a bailarina Isadora
Duncan. Dalcroze desenvolveu uma técnica que unia movimentos ginásticos ao
ritmo, trabalho que foi aperfeiçoado posteriormente por Bode. Isadora Duncan
carregou essa técnica à ex-URSS e passou a ensiná-la como modalidade independente
das artes. Paralelamente ao trabalho de Duncan, Heinrich Medeau, alemão, anexou
aos elementos rítmicos corporais alguns aparelhos, como o arco, a bola e a
maça. Foi apenas em 1961 que esse tipo de ginástica foi incorporado à FIG –
Federação Internacional de Ginástica – e em 1963 foi organizado o primeiro
campeonato mundial dessa modalidade. No entanto, foi apenas em 1975 que os
movimentos rítmicos com aparelhos foram denominados de Ginástica Rítmica
Desportiva. Esse esporte ganhou visibilidade mundial a partir de sua inserção
nos jogos Olímpicos: em 1984 foi incluído como modalidade individual, e em
1996, também em categoria coletiva.
As regras
oficiais indicam que o tablado para as provas deve ter a área de 14m X 14m,
feito de material que seja capaz de amortecer quedas e, ao mesmo tempo, de
impulsionar os saltos das atletas. São cinco os aparelhos utilizados na prática
da Ginástica Rítmica:
1) Bola: Feita de borracha ou material sintético, apresenta massa mínima de 400 gramas e deve ter diâmetro entre 18 e 20 centímetros. Os movimentos corporais mais comuns durante o trabalho com a bola são ondas, movimentos em oito e rolamentos com a bola no chão e ao longo do corpo;
2) Arco: Feito de madeira ou plástico, o arco
apresenta massa mínima de 300 gramas e diâmetro interior entre 80 e 90 centímetros.
Movimentos mais comuns com esse aparelho incluem balanços, rolamentos, rolos,
lançamentos e recuperações, giros e manejos do arco ao redor do pulso e de
outras partes do corpo;
3) Fita: Possui uma vareta feita de material sintético ou madeira, com diâmetro máximo de 1 cm, medindo entre 50 e 60 centímetros de comprimento. Afixada nessa vareta deve haver uma fita de cetim com aproximadamente 5 centímetros de largura, e com seis metros de comprimento. Além disso, esse equipamento deve ter massa mínima de 35 gramas. Movimentos mais comuns para a fita são espirais, movimentos em oito, círculos, recuperação e lançamento. Um detalhe muito importante é o de que a fita deve permanecer constantemente em movimento durante a apresentação;
4) Maças: São feitas de madeira ou material sintético, medindo entre 40 e 50 centímetros de comprimento e massa mínima de 150 gramas. Balanços, lançamentos e recuperações, círculos e batidas rítmicas estão entre os movimentos mais comuns;
5) Corda: Seu tamanho deve ser proporcional ao da ginasta e é feita de linho ou de material sintético. Movimentos mais comuns com o uso da corda como aparelho são os balanços, as rotações, movimentos em oito, lançamentos e recuperações.
As provas nas competições de GRD podem ser disputadas individualmente ou em grupo. As individuais têm duração de 75 segundos para cada um dos quatro aparelhos apresentados. Digo quatro aparelhos porque a cada dois anos um aparelho é excluído da lista e outro reintegrado. Por outro lado, as provas coletivas são compostas por cinco atletas e têm duração de 150 segundos. São disputadas duas provas: uma em que as cinco atletas se utilizam do mesmo aparelho e outra em que são usados dois aparelhos diferentes.
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